Direitos e Deveres

Está tramitando no congresso uma emenda a constituição que irá incluir a "felicidade" como direito fundamental do cidadão brasileiro. Ora, mas será isso um direito? Parece que temos um problema social crônico, onde estão os deveres? A felicidade não acontece, ela é resultadode processos que estão longe das páginas da constituição, de processos psicológicos internos. De que vai adiantar trasnsformá-la em direito, vão distribuir anti-depressivos de graça para toda a população? Se criarem a droga da felicidade, seremos suas cobaias/usuários por direito constitucional?

É absurdamente óbvio que todos nós temos o direito a felicidade, assim como a respirar, dormir, etc...Incluí coisas fisiológicas na lista, intencionalmente, pois nelas há um dever do corpo para com o ser. Precisamos formar nosso povo com inteligência, dotá-lo de capacidade, de força para exercer a razão, emoção e vontade. Para que viva em equilíbrio e consquiste a felicidade, seja através de uma vida simples ou sofisticada. Os nossos legisladores deveriam concentrar energia em otimizar a legislação que trata do uso dos nossos recursos naturais e humanos. Em pensar um estado digno, onde pessoas honestas busquem o público e o bem comum.

No portal do governo, http://www.transparencia.gov.br, consta que a receita prevista para este ano, beira os R$2 trilhões. Os gastos com a previdência até junho, foram de R$113 bilhões, com educação, R$16 bilhões. Que estado é este que construímos, onde gastamos 7 vezes mais recursos com o bem estar dos aposentados do que com a formação dos futuros trabalhadores da nação. Pelos cálculos do FUNDEB, o orçamento assegurado em 2011 é de R$1.722,05 por ano para cada criança assistida. Por este cálculo, temos R$142,50 por mês por criança. Como vamos construir um país assim? Existem pelo censo de 2010 do IBGE, 16 milhões de crianças entre 5 e 14 anos, deveríamos elevar nos próximos 10 anos, nosso orçamento para R$1.000,00 por criança, atingindo a marca de R$192bilhões investidos, criando um futuro radicalmente novo em 20 anos. Vamos lá! Estaríamos investindo apenas 10% da receita na formação da peça mais importante da sociedade, nós mesmos, acho que poderíamos até aumentar estes gastos para 20%, que tal?